sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

TROPA DE ELITE 2

Não sou a maior especialista em filmes, assisto poucos quando gostaria de assistir mais, mas de todo modo, adoro cinema nacional. De todos que já foram feitos, assisti poucos, mas posso afirmar que estou satisfeita com a qualidade da maioria. Mas ontem, ao sair do cinema após assistir "Tropa de Elite 2", fiquei sem palavras. O filme não só superava minhas expectativas como todos os outros filmes nacionais que vi. Além disso, é superior a diversos filmes internacionais de ação que já vi . Aliás, acho um crime quem classifica esse filme apenas como "ação". Tropa de Elite 2 tem, além de cenas de ação que já se tornaram específicas do cinema nacional, uma crítica política fortíssima.


É difícil falar de um filme que se gosta muito, mas vou tentar expor tudo que achei, as ligações que encontrei, as observações e ainda assim, vai faltar palavras para definir um filme que foi aplaudido de pé no final.



Uma nova ótica sobre o surgimento das milícias na cidade do Rio de Janeiro é apresentada nesse filme, com diversas "coincidências" com fatos reais. O fato que ocorre com a jornalista no filme, por exemplo, foi inspirado no triste episódio que ocorreu com jornalistas do Jornal O Dia em 2008.



Há personagens muito parecidos com figuras conhecidas da população carioca. O personagem Fraga, por exemplo, é inspirado no deputado Marcelo Freixo do PSOL, militante dos direitos humanos e professor - que presidiu a CPI que prendeu diversos milicianos, que só foi aberta em 2008 após a tortura dos jornalistas d'O Dia.


O filme é um retrato político e social não apenas da cidade ou estado do Rio de Janeiro, mas da política de nosso país - e tristemente também da nossa polícia, que em certos casos nos dá apenas a falsa sensação de proteção e liberdade, quando na verdade, estão dando o contrário.


 
 
As cenas de ação são mais cruéis na minha opinião. A corrupção da polícia é mais clara ainda. E ao mesmo tempo que você quer rir, você fica estupefato - como na cena da morte do chefe da ADA na rebelião em Bangu I no início do filme. Aliás, em 2002, o líder do ADA foi realmente morto em Bangu I por Fernandinho Beira-Mar.



A atuação de Wagner Moura dispensa comentários e o roteiro de José Padilha e Bráulio Mantovani não deixa dúvidas de quem é o inimigo do subtítulo.


No final, o filme me deixou refletindo se realmente há um vilão nisso tudo: se são os milicianos, a polícia corrupta, os políticos, a mídia, a população que acata ou todos nós que não valorizamos o voto que colocamos nas urnas. As eleições para deputado já acabaram, mas o segundo turno da presidência está aí. Pense e reflita sobre seu voto, porque a culpa não é só deles, e sim de todo mundo.


Fonte: literalmente falando.

2 comentários:

  1. Adorei! Me sinto uma alienigena pq ainda não assisti o filme... mas não tenho duvidas de que eh perfeito, deduzindo a partir do primeiro e de todas as criticas que tenho lido...
    =D

    ResponderExcluir
  2. [aa] Goosteei mt do blog !
    Parabéns !!
    ja to seguindo
    segue o meu tbm ?
    http://blogentreaberto.blogspot.com/
    Desde ja agradeço !!

    ResponderExcluir